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Resumo Histórico

D Constança Sanches - D Sancho I

 

A freguesia de Montes da Senhora pertence ao concelho de Proença-a-Nova e distrito de Castelo Branco, situa-se na margem direita da ribeira de Alvito, a 14 Km da sede concelhia e tem por orago Nossa Senhora do Pópulo, todos os anos celebrada a 15 de Agosto.

O topónimo “Montes da Senhora” deriva do latim “mons“, indicando de certo modo a sua localização em área rural, aludindo o elemento determinativo à invocação a Nossa Senhora. Relativamente ao topónimo, a tradição local explica que atualmente, a área da freguesia se desenvolve em duas áreas distintas, situadas de um e do outro lado de uma elevação a que se dá o nome de Serra das Talhadas, porém, antes de tal acontecer, os aglomerados que constituíam a ladeira encontravam-se dispersos, tendo a denominação de “Montes”.

Administrativamente, a freguesia de Montes da Senhora pertenceu à de Sobreira Formosa, povoação que foi denominada de “Vila Nova”, pois já na primeira metade do século XIII constituía um concelho com esta designação. Como tal, é impossível, até pela carência de documentação escrita que apresenta, dissociar a história de ambas as povoações. Assim, Montes da Senhora, como povoação daquela que foi a freguesia de Sobreira Formosa, mas que constituía na época todo o concelho de Vila Nova, foi terra de uma bastarda de D. Sancho I, certamente por doação paterna. Essa princesa foi D. Constança Sanches, que no foral concedido a Vila Nova, dispõe que as igrejas do concelho deveriam ser do Bispo da Guarda, até à morte dele, e que depois ficariam a quem ele entendesse. Em 1712, eram donatários de Vila Nova, os Condes de Sarzedas. Extinto em 1836, na sequência da primeira grande reorganização administrativa do país, o concelho Vila Nova viria a ser restaurado em 1842, para de novo ser extinto, agora definitivamente em 24 de Outubro de 1855. Sobreira Formosa passava a ser freguesia, à qual estava anexada a de Montes da Senhora, agora integrada no concelho de Proença-a-Nova. A região foi enriquecida por extensos sobreirais, e a povoação de Montes da Senhora registava já algum progresso, pelo que se impunha uma independência administrativa, que só viria a acontecer a 9 de Novembro de 1920, sendo-lhe fixados os limites por Decreto de 15 de Maio de 1921.

Destacam-se no património cultural e edificado da freguesia de Montes da Senhora: a Igreja Matriz, o cruzeiro, o forno público, os vestígios de fortificações militares e o marco geodésico. Montes da Senhora aponta também alguns locais de grande interesse turístico, como a zona dos moinhos de água, a buraca da Moura, a zona piscatória, a paisagem natural e o circuito da ribeira do Alvito. No entanto, um dos locais de maior interesse turístico é a área da oliveira centenária, que se situa junto à Igreja Matriz, tendo vários séculos de existência e constitui uma referência para a população.

Atualmente, apesar de durante séculos os usos e costumes terem passado de geração em geração, também esta freguesia sofre a condição imposta pela consequente melhoria das condições de vida e mudança de mentalidades que o progresso e a sociedade moderna trouxeram. Além da agricultura, com excelentes produções de cereja, existiu também na freguesia alguma indústria, em especial do ramo alimentar, de confeções e de serralharia. As paisagem e a cultura são riquezas a preservar na freguesia, com fortes potencialidades para o desenvolvimento de turismo rural.